03. O dia seguinte
É certo que o sol nasce para todos, mas nem todos podem entender a imensidão de sua luz, poucos são os que conseguem pensar o infinito dos céus. O fato de o mundo girar não molda o estado das coisas, tudo é o que é e nada muda até que a mudança ocorra. O tempo não deixa de passar e nem passa mais rápido para os felizes, nem o mundo corre ou diminui sua velocidade mais do que deve quando alguém se entristece.
Mudar é preciso e é real, assim como a evolução que é alheia às vontades das pessoas ou das coisas.
Diz-se que vontade é inerente ao ser humano, e que as coisas não querem ou deixam de querer. A verdade é que as coisas são determinadas, e a não ser que haja uma interferência física externa, elas farão ou deixarão de fazer o que foi ou não a elas designadas, só lhes falta a opinião, que é característica humana por ser a capacidade de expressar o que quer, sente, deseja ou pensa, e se convencer por interferências físicas e externas ou não.
Deixar de gostar, pensar ou querer algo é mais fácil do que começar a gostar, exceto em casos emotivos românticos ou loucos do coração, nestes não se desgosta, a não ser que se queira muito e que os motivos possam se relacionar.
Todos os dias nós nos enjoamos de algo, e esse algo é substituído, num dia frango é melhor que bife e no outro se prefere goiabada com queijo. Assim se vive, e é assim que se pode viver, até que o tempo resolva parar ou que o sol deixe de brilhar no infinito dos céus na manhã do dia seguinte. Então, enquanto isso só ocorre com alguns, vamos viver o dia de hoje e esperar o dia seguinte.
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