segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

16. Dádiva

16. Dádiva

Mais uma vez tento sair à rua no limiar de uma manhã de sabado e me enxarco com a água que ficara acumulada entre o vão superior da porta da rua. Nunca me lembro de abrí-la devagar, sempre me molho ao sair com pressa. Quase já nem me importo, minhas roupas nem se molham mais do que já estão quando as visto. Sem o sol, ficar resfriado é mais fácil do que parece [não pra mim]... E já nem me lembro de como é queimar minha pele sob seus raios policromáticos [a verdade é que já nem me importo].

Não me importo tanto com a água quanto me entristeci com o sol que outrora me abalara, a considero uma constante dádiva, [muito constante mesmo], não me vejo em posição de questioná-la.

Meus dias continuam felizes. Até tentei concordar com quem me deu argumentos suficientes para que eu me entristecesse, mas já percebi a impossibilidade.

Não me canso do barulho dos pingos caindo no asfalto, que deixam no ar um cheiro de felicidade... Não deixo de desejar os melhores momentos possíveis, de quando estou enxarcado e feliz em beijos apaixonados que nem precisariam acabar nunca...

Deixando de lado um pouco meus sentimentos, [mesmo meio que impossibilitado disso], venho através desta solicitar aos responsáveis que considerem a possibilidade de um revesamento, entre águas e brilhos quentes, para que possamos tentar agradar a todos, podemos combinar diáriamente, semanalmente ou mensalmente, sendo os dois primeiros os mais democráticos.

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