terça-feira, 3 de março de 2009

20. O tempo

***Nota do autor:***
ATENÇÃO: "Antes de ler, saiba que dessa vez apenas transcrevi o que sussurrava a voz do eu-lírico em meus ouvidos. Por mais que talvez possa parecer, nada do contido no texto abaixo refere-se a algum pensamento ou ideia de Álvaro Alencar!"

20. O tempo

As coisas vão simplesmente acontecendo, os planos começam a ficar impossíveis, ou inalcançáveis, talvez altos demais e nem temos forças, ou ânimo, o suficiente para, em um salto, agarrá-los. O que outrora era denominado sonho, agora não passa de uma ilusão, ou uma brincadeira de crianças. Com o tempo a gente começa a perceber que viver sem aquilo que mais queremos, ou queríamos é uma das coisas mais fáceis e palpáveis, mais fácil ainda que conseguir o que desejamos.

Bons amigos devem sempre, uma hora ou outra, se encontrar e jogar um pouco de conversa fora, ainda que isso comece a se tornar um martírio, ainda que outras possam ser as prioridades, os que ainda se consideram amigos devem se tratar como tal.

E o tempo vai passando... É natural que as pessoas resolvam se aquietar, sair menos, prezar por encontros familiares ao invés de simplesmente queimar gasolina sem rumo e no final da noite parar em qualquer lugar, comer algo e conversar sobre tudo. Depois, com o cair das folhas do calendário, os assuntos de outrora nem interessam mais, cada um gostaria de falar de algo que sabe que nenhum dos outros teria o mínimo interesse em ouvir, assim, o silêncio reina. Todos se fecham, cada um em seu mundo, desejando agora estar em casa, talvez dormindo ou assistindo um filme em dvd com a namorada.

Reforço que ainda que as dificuldades sejam imensuráveis e incontáveis, os amigos deveriam ser preciosos, e não podem ser deixados de lado, mesmo que se saiba que não são mais necessários.

Sabemos que a separação é inevitável, depois de um tempo as longas conversas que varavam madrugadas, simplesmente se dissolvem no ar...

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