65. E os dias continuam se arrastando pelo tempo...
Quando a gente cai, a gente se machuca, a gente se levanta, algumas vezes com o gosto de sangue na lembrança. O desespero que em pouquíssimos segundos sofremos, acaba bruscamente, mas o coração continua pulsante, saltitante e vibrante.
Quando a gente se sente mal o mundo se fecha, podemos ver nuvens de fumaça subindo sobre o céu. Os pássaros nunca cantam. O vento nunca toca. O sol deixa de brilhar.
Quando o medo toma conta o desespero se levanta. Quando a paz volta a reinar a vida se normaliza, se tranquiliza, se estabiliza.
Medo meu de mudar. Medo meu de sofrer. Ninguém sabe ao certo o medo que sinto de não me sentir tão bem quanto estou. Nem eu consigo vislumbrar o inevitável.
A vida é feita de mudanças, como numa roda gigante, hora estamos no alto, mas inevitavelmente temos que descer...
É triste o meu medo.
É desesperante o medo que sinto do desespero...
Enquanto a vida me mostra o topo, e me faz ter visão plena, me felicito e faço de tudo para continuar assim... Meu temor é pelo que tende a vir, não sei como, não sei quando, não quero que nada aconteça.
Sempre me gabei por minha facilidade de adaptação. Só que depois de pensar um pouco, percebo, não é bem assim, há situações que não me vejo ultrapassando, situações normais, naturais e já esperadas.
Tenho medo que o medo me mate. Me mato por morrer de medo de morrer, ou do medo.
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