sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

29. Sangue Envenenado

O pássaro que cavalga, a carruagem que se modela, o personagem de uma vida vã, mísera vida que se esconde, não se escolhe, que por detrás de faces gentis guarda um ritmo de narcisismo sanguinário, cruel e miserável. Quem percebe o galanteio nunca nota a flecha que gira e segue até a nuca, frágil nuca, escondida por uma tão fina e suave pele, penteada nos lisos fios dos cabelos que apenas se escorrem. Escalpo; a flexa penetra, o cérebro se perfura, a ofensa se derrama pelo rosto colado ao chão. Se escorre, até que alguém chegue para limpar, silenciosamente ensacam o corpo e limpam o chão vermelho escuro. Só a prévia da cena que rasga papéis virtuais no nobre velho computador.

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