quinta-feira, 12 de março de 2009

27. Explosão

27. Explosão

Eu não posso me calar, minha boca treme, assim como minhas pernas, quase me desidrato pelo suor em minhas mãos também vibrantes. Meu coração se esgoela, batendo tão forte quanto alguém na porta de sua casa, sem chaves e na chuva. O vazio em mim é permanente e proporcional à distância e ao tempo, e dessa vez tenho certeza que não é fome.

A vontade de correr pra rua, sem roupas e gritando, se torna um martírio, assim como um viciado sendo tentado em tempo de sobriedade involuntária.

Mesmo sem conseguir eu me contenho, me posto sobre a folha de papel em branco e começo a rabiscar aleatoriamente, deixo minhas mãos livres e o grafite direciona meus pensamentos.

Prefiro viver explodindo a morrer sem nunca ter experimentado uma dose de amor... Tá, só por hoje me permito ser mais um apaixonado...

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