quinta-feira, 16 de abril de 2009

39. Rastro de tinta

39. Rastro de tinta

Antes, me recordo bem, o universo se reverenciava à minha folha de papel em branco e me doava gratuitamente uma amplitude de ideias e reflexões tão singelas quanto complexas, de preciosidade imensurável e propriedades únicas. Às vezes ainda me entristeço em pensar que não tenho, como outrora, a mesma fluidez ideológica. Minhas lembranças, ideias e ideologias, por hora, sem motivo aparente, deram as costas às minhas mãos, que não guiam com tanta facilidade os traços de tinta no caderno...

Me lembro nostalgicamente dos ditos de felicidade que eu fazia quase que de olhos fechados, que até me impressionam quando volto a ler...

Se eu desejo a sobra, a raspa do que resta a doar de mim, volto a me felicitar. Com um punhado de ajuda posso tomar o mundo em palma aberta e tê-lo sob meus pés. Tenho o dom da liberdade e o poder de fazer vibrar a carne cerebral humana, gerando a confusão e presenteando com a vida e a verdade.

Não sou discípulo de homens e nem venho pregar uma verdade divina. Aqui me encontro a semear amor e doar a colheita do bem e da lógica do conhecimento.

Meu conselho é se confundir e não se deixar enganar. "Pensar sem temer e amar sem pensar...". Viver realmente, é tirar as próprias conclusões e não se deixar moldar o formato da cabeça em formar prontas, velhas e já desgastadas. Seja as próprias mãos do artista que te esculpe, trate sua obra como se você se criasse. Não deixe que pensem por ti...

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