quinta-feira, 2 de setembro de 2010

88. Minha pele encarna o deleite que minha ilusão jura matar

88. Minha pele encarna o deleite que minha ilusão jura matar


E quando me pergunto o porquê, sinto-me como a pedra que se move quando é lançada. Choro minhas lágrimas e sorrio meus dentes, família, amigos, os meus não são de ninguém, nada tenho, nada temo. Por tempo resolvi por ninguém mais viver além de mim. Por hora preciso prosseguir sobre a razão da boa convivência, mas gozo a solidão que me acalma por já ter me apavorado, se antes aterrorizado, agora paz.

Os segredos mais profundos que guardo, não são meus. Os anseios e desejos mais clamados são de algum desconhecido que algum dia passou em alguma rua qualquer. Tudo o que sou é roubado de alguém que nem ao menos um dia soube de minha existência, e nem eu da dele. Nunca fui nada nem ninguém além dos que já tive o deleite de invejar.

Crio-me baseado em um inconsciente meliante e delinquente, procuro não pensar, copio.
O desejo mais íntimo é ser alguém que determina, tacitamente, os trejeitos e a forma de ser e se portar de qualquer pessoa desconhecida. A vontade é ser visto e notado, sentir que vivo e viver.

Um comentário:

  1. Acompanho desde as suas primeiras postagem em Janeiro do ano passado, assim percebi a sua afinidade com as vozes do "eu-lírico".Adoro esse seu jeito meio louco de escrever,com coisas que ás vezes eu nem compreendo se leio rapidamente;mas sempre trazem alguma idéia interessante. Continue escrevendo...estarei aqui acompanhando! ;) Amo você! Lays

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