quinta-feira, 5 de março de 2009

24. Sinta o Poder

24. Sinta o Poder

A melhor maneira de se iniciar uma reflexão é de olhos fechados, se não fosse preciso estar de olhos abertos para ler, certamente que eu te recomendaria o silêncio e a escuridão profunda.

De olhos fechados e em silencio, pense em não pensar, concentre-se no movimento do seu tórax enquanto respira lenta e profundamente, sinta o ar entrar e sair por todas as cavidades do seu sistema respiratório. Deite-se e ouça o menor barulho que conseguir, isolando os outros externos mais altos e inevitáveis. Imagine-se em uma caverna, agora comece a ouvir apenas o barulho das gotas de água que pingam das estalactites para formar as estalagmites.

Lembre-se do movimento do sol que sobe e desce o horizonte todos os dias, controle o tempo, acredite que já é noite e faça com que venha o dia, acredite. Chame a chuva se estiver calor e pare quando quiser, seque tudo antes de sair, ouça o barulho e sinta o cheiro dos pingos no asfalto. Faça o frio e o calor, sinta-os, suporte, nem é preciso que se esquente, ou se resfrie, apenas sinta...

Modifique o espaço-tempo ao seu redor e antes de sair do universo que criou, acredite, saiba que tudo foi real. Tudo foi real! Você tem o poder de fazer todos se esquecerem de tudo o que você fez, faça-o, simplifique tudo, não cause uma grande confusão. Tudo foi real mas só você que precisa saber, só você deve se lembrar...

Seja, sinta, faça, você tem o poder, você pode tudo, você é tudo, seja a força, seja o poder, seja tudo...

23. Escolhas

23. Escolhas

A vida é feita de escolhas, sempre temos duas ou mais direções. Não há a possibilidade de que algo aconteça sem que pudéssemos optar por um ou outro caminho. Algumas vezes a jornada mais curta é a mais perigosa e arisca, e a mais longa, nos traz um tédio enorme, por tamanha a sua calmaria. É sabido da impossibilidade da certeza de como é o outro caminho, aquele que optamos por não seguir. Mas é fato que quase sempre, gostaríamos de ter passado pelo que não escolhemos.

A verdade é que não há nada de fácil. Independente da escolha que façamos, sempre pensaremos como poderia ter sido se tivéssemos optado diferente. Mas, qualquer caminho que escolhêssemos seria tão quanto dificultoso. O caminho curto nos leva ao nosso destino mais rápido, porém os obstáculos são degradantes, e se fossemos pelo mais longo não veríamos obstáculos, mas até conseguir chegar, já teríamos pensado em desistir milhares de vezes, e só não desistimos, por que seria tão quanto longe voltar atrás, assim como seria triste encarar os obstáculos de volta no caminho mais curto.

Se vamos à luta, nossa escolha é a batalha, e se ficamos parados, é por que decidimos não lutar. Indo ou ficando, fazendo ou deixando de fazer, tudo consiste em escolhas, boas ou ruins, ninguém sabe, nem saberá ao certo...

quarta-feira, 4 de março de 2009

22. Pense por mim...

22. Pense por mim...




Pense por mim...

21. Em verdade

21. Em verdade

A verdade que hoje me mostra é a falta que fez-me o tempo que saíamos sem rumo e pedindo uma idéia de direção aos berros, que no final, sempre sobrava pra mesma pessoa decidir. De um tempo pra cá, por força do destino, falta de dinheiro, ou simplesmente porque o carro quebrou, preferimos ficar em casa, ou saír cada um com seu bando. Só que ainda não nos esquecemos de qual realmente é o bando, quem realmente são cada dobra do nó.

Espero que o tempo não passe tanto ao ponto de nos fazer esquecer, ou deixar de lembrar do valor daquela gasolina que a gente costumava queimar...

Por mais que talvez possa parecer que hoje estamos "cada um pra um lado", ainda não perdemos o elo que nos une. E pra mim, o martírio não existe!

Espero que o tempo passe, que as dívidas acabem, que o carro conserte, que o destino colabore, por que não estou nem um pouco afim de ficar em casa, e nem mesmo deixar um bando por outro...

terça-feira, 3 de março de 2009

20. O tempo

***Nota do autor:***
ATENÇÃO: "Antes de ler, saiba que dessa vez apenas transcrevi o que sussurrava a voz do eu-lírico em meus ouvidos. Por mais que talvez possa parecer, nada do contido no texto abaixo refere-se a algum pensamento ou ideia de Álvaro Alencar!"

20. O tempo

As coisas vão simplesmente acontecendo, os planos começam a ficar impossíveis, ou inalcançáveis, talvez altos demais e nem temos forças, ou ânimo, o suficiente para, em um salto, agarrá-los. O que outrora era denominado sonho, agora não passa de uma ilusão, ou uma brincadeira de crianças. Com o tempo a gente começa a perceber que viver sem aquilo que mais queremos, ou queríamos é uma das coisas mais fáceis e palpáveis, mais fácil ainda que conseguir o que desejamos.

Bons amigos devem sempre, uma hora ou outra, se encontrar e jogar um pouco de conversa fora, ainda que isso comece a se tornar um martírio, ainda que outras possam ser as prioridades, os que ainda se consideram amigos devem se tratar como tal.

E o tempo vai passando... É natural que as pessoas resolvam se aquietar, sair menos, prezar por encontros familiares ao invés de simplesmente queimar gasolina sem rumo e no final da noite parar em qualquer lugar, comer algo e conversar sobre tudo. Depois, com o cair das folhas do calendário, os assuntos de outrora nem interessam mais, cada um gostaria de falar de algo que sabe que nenhum dos outros teria o mínimo interesse em ouvir, assim, o silêncio reina. Todos se fecham, cada um em seu mundo, desejando agora estar em casa, talvez dormindo ou assistindo um filme em dvd com a namorada.

Reforço que ainda que as dificuldades sejam imensuráveis e incontáveis, os amigos deveriam ser preciosos, e não podem ser deixados de lado, mesmo que se saiba que não são mais necessários.

Sabemos que a separação é inevitável, depois de um tempo as longas conversas que varavam madrugadas, simplesmente se dissolvem no ar...

19. Meu guarda-roupas

19. Meu guarda-roupas

Mais um domingo chegou, quando acordei, não tão cedo quanto eu gostaria quando me deitei no dia anterior, comecei a sentir um perfume diferente pairando pela casa, um ar de diferença, energia nova começou a tomar o ambiente. Como eu poderia imaginar que eu estava prestes a realizar uma serie de acontecimentos que há tempos nem me passava pela cabeça?

Não foi uma manhã comum, não me cansei, nesse dia, não sei por que, eu não conseguia sequer voar, era como se tivesse podado minhas asas, voltei a me sentir um filhotinho, relembrei da minha infância, quando eu corria e suava pelas ruas sem camisa, pulando, brincando e sorrindo. Essa manhã foi uma daquelas que eu nem me lembrava mais, quando eu sentia meus pés firmes no chão.

Ao acordar e abrir uma porta e ver que tudo despencava sobre mim, me senti pesado, pude ver que nesse dia uma força exercia pressão sobre meus ombros, me forçando a permanecer no chão.

Minha sorte foi que a noite não tardou a vir e me voltei novamente ao meu mundo. Quando comecei a me sentir leve de novo, pude perceber um sorriso derramando no canto direito de um de meus olhos. No outro dia, manhã de sol, numa segunda-feira, na volta do carnaval, mais uma vez nem senti que eu poderia tocar o chão, e me lembrei de como sorrir.

segunda-feira, 2 de março de 2009

18. Feche os olhos

18. Feche os olhos

De um tempo pra cá meus olhos não se fecham como antes. Houve um tempo em que tudo escurecia, agora fechar os olhos é abrir uma janela no andar mais alto da mais alta torre nas montanhas azuis, é sentir o vento tocar meus lábios e desarrumar meus cabelos ainda nem tão longos quanto deveriam. Pego-me ao dia, em pensamentos distantes, que aparentam tão próximos, e quando abaixo a cabeça, sei que meus dedos realmente não tocam o chão, não posso explicar, mas tenho aprendido a sonhar.

O mais incrível é que são sempre os mesmos sonhos, nunca mais eu dormi com outra idéia em pensamento. Nem nunca mais eu deixei de dormir com outra idéia. Agora antes que eu sonhe, dormindo ou acordado, eu já sei o que se passará. Não me cansei dessa falta de criatividade, e nem vou...

Espero não ter trocado as palavras que deveriam, e nem ter feito trocadílhos que não precisavam existir. E realmente espero também que quando eu terminar de escrever, eu possa ler com a mesma idéia de quando escrevi...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

17. Voarei

17. Voarei

Eu nem tinha no que pensar quando resolvi clicar em "nova postagem" e comecei a digitar. Deixei que meus pensamentos fluissem, me levei aos devaneios que me passavam, mesmo sem saber ao certo o que eu queria pensar, ou pensava...

Acho que a verdade é que eu nem sentia nada naquele momento, a não ser uma vontade irresistível de me expressar, colocar pra fora o que eu estaria prestes, ou o que eu queria sentir.

Não consigo me entender. Nunca estou satisfeito, sempre quero mais do que eu tenho, e sempre tenho muito mais do que preciso.

Pensando bem, por ser hoje um dia diferente, eu não quero nada além do que eu tenho. Pensando ainda melhor, eu até poderia voar, tamanha a plenitude de minha felicidade...

Ah, lembrei... Eu posso! E vou... Em menos de 3 horas eu saio do chão...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

16. Dádiva

16. Dádiva

Mais uma vez tento sair à rua no limiar de uma manhã de sabado e me enxarco com a água que ficara acumulada entre o vão superior da porta da rua. Nunca me lembro de abrí-la devagar, sempre me molho ao sair com pressa. Quase já nem me importo, minhas roupas nem se molham mais do que já estão quando as visto. Sem o sol, ficar resfriado é mais fácil do que parece [não pra mim]... E já nem me lembro de como é queimar minha pele sob seus raios policromáticos [a verdade é que já nem me importo].

Não me importo tanto com a água quanto me entristeci com o sol que outrora me abalara, a considero uma constante dádiva, [muito constante mesmo], não me vejo em posição de questioná-la.

Meus dias continuam felizes. Até tentei concordar com quem me deu argumentos suficientes para que eu me entristecesse, mas já percebi a impossibilidade.

Não me canso do barulho dos pingos caindo no asfalto, que deixam no ar um cheiro de felicidade... Não deixo de desejar os melhores momentos possíveis, de quando estou enxarcado e feliz em beijos apaixonados que nem precisariam acabar nunca...

Deixando de lado um pouco meus sentimentos, [mesmo meio que impossibilitado disso], venho através desta solicitar aos responsáveis que considerem a possibilidade de um revesamento, entre águas e brilhos quentes, para que possamos tentar agradar a todos, podemos combinar diáriamente, semanalmente ou mensalmente, sendo os dois primeiros os mais democráticos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

15. A existência

15. A existência

Essa semana, por diversas vezes me coloquei a refletir sobre a existência de Deus. Comecei a entender as grandes confusões sobre o assunto. As palavras confundem quando simplesmente ouvidas, lidas ou faladas... Devemos pensar, raciocinar sobre a forma de se tratar de cada assunto, sobre Deus, devemos ter ainda mais cautela.

Como dizer para uma pessoa em sofrimento, que busca forças apenas em Deus, [o que resta a ela], que Ele simplesmente é uma fantasia criada aleatoriamente?

Paremos para refletir...

É inconcebível que haja um senhor barbudo sentado em uma grande poltrona sobre as nuvens que dita ordens conforme julga necessário ou interessante...

Se formos analisar esse Deus, metaforizado, criado e aceito até atualmente por várias religiões, que colocam Deus como um Ser, pensante, vivo e presente, com onipotência e onisciência sobre os seres humanos. Ele realmente Não Existe!

Mas a partir daí, voltemos à lógica e a razão e pensemos, qual seria a forma concebível da existência de Deus.

Sem metaforizar e sem florear o conceito. Dizendo que Ele é força, luz, amor, misericórdia e paz, vamos a um conceito mais direto.

É inerente ao ser humano racional a ideia de certo e errado, assim como a ideia de bem e mal, bom e mau ou da luz e da escuridão, se preferir.

Podemos separar em duas vertentes, o lado bom, que engloba o certo, o bem e a luz, e o lado mau, que engloba o errado, o mal e a escuridão.

Para denominar cada grupo, podemos dizer:
Lado bom=Deus
Lado mau=Demônio

Considerando que não existe a escuridão, mas sim a falta de luz. Analogicamente, peguemos essa mesma ideia e tragamos às outras do mesmo grupo, não existe o mau, nem o mal, nem o errado, mas sim a falta do bom, do bem e do certo. Desta forma, dizemos que não existe o Demônio, mas sim a Falta de Deus.

Consideremos que desde os tempos mais primórdios nunca se soube ao certo como surgiu o universo. Sem que pudéssemos explicar sua criação, e por considerá-lo uma óbra magnífica, passamos a nos referir a ele como uma criação do bem, ou, uma criação de Deus.

Conforme nossa evolução nos aproximamos de Deus, quanto melhor nos tornamos mais perto estamos de chegar a Ele. É uma afirmação comum! O que seria em outras palavras dizer, quanto melhor nos tornamos mais próximos do bem supremo ficamos. Exatamente isso, é redundante mesmo! Deus é o bem supremo, o máximo que se pode imaginar de bem. Chegar a ver Deus, é se tornar o bem supremo, é ser uma pessoa puramente boa.

Por isso considera-se que a vida é uma constante evolução, em nosso plano não se chega à perfeição.

A nossa consciência é o nosso único juiz. É quem vai nos impulsionar para que um dia nos encontremos com Deus, não fisicamente, mas para que cheguemos à nossa própria perfeição.

Em próxima postagem explico e enalteço o poder da oração.

14. Caminho

14. Caminho

Se eu tivesse um pouco mais feliz eu não me suportaria. Na verdade se eu não fosse eu mesmo, tamanha a intensidade de minha felicidade atual, eu não me suportaria.

Não sei falar nem pensar em nada mais. Não existem problemas nem soluções para eles, nem me lembro que a menos de pouco tempo atrás eu me peguei em um sério conflito econômico, cujos resquícios perduram até hoje.

Não sei dizer o que sinto, meu vocabulário não é tão vasto a esse ponto. Como eu já disse, e já escrevi, não tenho ideia de onde estou indo, mas tenho certeza que eu não estou perdido. Esse é o caminho certo. É o meu caminho!

Minha felicidade é plena e meu coração só está flutuando...

13. Gramatical

13. Gramatical

Com o tempo a gente percebe que metáforas são utilizadas para que possamos não entender aquilo que não devemos em determinado momento. A gente percebe que quando é chegado o tempo, simplesmente passamos a compreender e relembramos a metáfora.

Na maioria das vezes não estamos preparados para saber a verdade, e continuamos assim até que começamos a pensar sós. Pensar com a cabeça de outra pessoa é um dos maiores erros.

Todos um dia chegarão a Deus, acreditando ou não, entendendo ou não.

É só uma questão gramatical!

domingo, 25 de janeiro de 2009

12. Sorte

12. Sorte

A partir de ontem vou me dedicar à busca de novos valores, virtudes e saberes. Quando me encontrei comigo nesta manhã de domingo, nem consegui um bom papo, nem pude entender o que aconteceu, que meus pensamentos nem fluiam direito. Menos de dez minutos depois eu já tinha notado, não estou mais confuso! E isso me gerou uma grande confusão... Há tempos que já nem sei o que é estar sensato, nem me vejo com minhas idéias organizadas e em dia.

Decidi mudar, dar mais uma chance pra essa idéia de não me deixar dominar. Agora o retrato que faço de mim é alguem tentando ser, ter e fazer o máximo que posso. Claro que nada é tão depressa como deveria e nem tão lento quanto não se perceba a mudança. A verdade é que de ontem em diante eu não sou mais o mesmo eu que eu era, e nem o que eu deveria ser. Mas sou exatamente o que eu sei que vou ser. Não tenho idéia de porque seguir esse caminho, ou não seguir aquela direção, mas sei que, por menos que ele seja percorrido, é o meu caminho, é exatamente o que eu quero. Sou apaixonado pela vida e vou fazer ela se apaixonar por mim, na mesma intensidade.

Não posso me queixar dos momentos que tive, mas a hora de me encontrar é agora, e só agora eu posso escolher o que é melhor pra mim. Escolhas são perigosas, mas ainda não escolhi outra forma de seguir a vida. Pra mim, a sorte é nada menos que boas escolhas.

sábado, 24 de janeiro de 2009

11. Detalhes

11. Detalhes

Por que se apegar a detalhes tão ínfimos, se o que mais importa é a verdade por detrás das palavras não ditas ou pensadas? O que vale é o sentimento que luta por esconder e camuflar da melhor maneira o que ele sente, por simples medo de ser descoberto, e jogar tudo a perder...

E a competição não é tão importante quanto vencer quando não se trata de um jogo propriamente dito. Vencer, para alguns loucos, é a única possibilidade! É como numa batalha, um combate direto, onde o perdedor não só sairá triste, mas verá sua vida literalmente destruída, arruinada e desorientada.

Não sei expressar o que eu quero, mas sei exatamente o que é! Não tenho idéia de quais devem ser meus passos, mas conheço muito bem o caminho e sei perfeitamente aonde chegar. Por me apegar a detalhes eu me seguro, só pra não correr mais do que eu sei que quero. Como me disseram, não devo ter medo de ir devagar, mas sim de ficar parado. E acrescento ainda, que devo temer também a corrida, ela pode ser mais trágica do que aparenta.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

10. Noite de sono

10. Noite de sono

Enquanto a escuridão começa a tomar conta das ruas lá fora eu me prendo em meu universo pequeno e fechado. Nem consigo um despertar da vida para os sonhos que tanto quero ter. Os dias passam tão mais rápido do que deveriam e nem tenho tempo de descobrir o que vale a pena ser sonhado. Já pensei em deixar de sonhar e fui a pessoa mais triste que eu conheci. Já tentei escolher um dos meus desejos, mas é simplesmente impossível deixar algum de lado.

Em meu mundo pequeno me apego a tudo o que eu quero, corro atrás de meus sonhos, realizo meus desejos e definitivamente, eu sonho.

Nem preciso dormir pra isso, a verdade é que nem durmo! O sol começa apontar no horizonte e eu ainda estou lá, me vendo em pensamentos difíceis, fúteis, importantes ou fáceis demais. O fato é que nem sempre eu consigo uma noite de sonhos, mas eu tenho uma vida deles. Dormindo ou acordado, não interessa, o que vale é sonhar...

Ainda que eu pensasse em não dar ouvidos a nada do que eu penso, eu me pegaria pensando em tudo isso, que me traria outro pensamento, e este me traria um sonho.

Pra mim, sonhar acordado é me deparar com uma ilusão perfeitamente possível e que eu vou correr atrás até alcançar.

09. Desta vez...

09. Desta vez...

Da ultima vez eu pensei mais do que deveria e quebrei a cara no primeiro muro que vi na frente. Claro que eu me recuperei, mas na hora não foi nada bom! Nem sei por onde começar, mas sei que tenho que dizer o que eu sinto, na verdade também nem sei o que eu sinto, só estou escrevendo pra ver se consigo descobrir.

Eu decidi sozinho, dessa vez não vou pensar em nada, vou deixar o mundo girar e continuar em cima dele, em movimento e me sentindo parado. Sei o que eu quero, mas percebi que não sei como alcançar. Pelo menos já sei como não alcançar. Já é um começo.

Na tentativa de não me frustrar eu me frustrei. Por pensar demais eu também decidi não pensar demais desta vez...

Hoje tudo são flores que nasceram por entre as pedras do meu caminho. As que não consegui tirar sozinho eu deixei lá pra quando alguem chegar, eu pedir ajuda. Por enquanto só me faz lembrar do quanto não fui sábio ou apaixonado o suficiente pelo que eu queria, ou eu nem mesmo sabia o que queria. Na verdade acho nem sei ainda.

É complicado acreditar naqueles meus sentimentos que nem eu conheço bem, é um mundo novo e diferente pra mim. Ainda estou pensando que é mais fácil eu não tentar entender, só me deixar sentir o que acho que já estou sentindo.

08. Indisponível

08. Indisponível

Elementos como a solidão, são etéreos e totalmente relativos. Alguém se sentir só em meio a uma multidão é mais normal do que parece.

Quero me lembrar de quando nos falta uma pessoa em especial, a solidão é profunda, nada nem ninguém consegue preencher esse vazio.

Situação ainda pior é quando você convive com a pessoa especial, aquela que, sem a qual, você não suportaria de saudades, e essa pessoa não percebe a falta que te faz, e nem te dá o seu devido valor.

Mas e em outro caso? A pessoa especial te ama, te admira, nunca deseja sair de seu convívio, o valor que ela te dá é infinitamente maior que o devido. O único problema é que ela só quer a sua eterna amizade. É fato que viver sem essa amizade é fora de cogitação, mas quando alguém profundamente e sem nenhuma intenção, deseja mais nesse relacionamento, a coisa pode ficar um tanto quanto complicada.

Foda é sentir saudades de alguém que você sabe que nunca vai sair de seu lado.

Coloco-me indisponível por ela que não é minha. A melhor parte de mim não me pertence. O que devo fazer? Como devo agir?

Sabendo da impossibilidade do meu anseio, devo me afastar, aceitar minha atual situação ou mesmo que em vão, tentar infinitas vezes, jogando à sorte a possibilidade de um vício na amizade, que eu nunca desejaria perder?

07. Só perdoar

07. Só perdoar

O mais certo é que o ódio, o rancor e a raiva são o caminho mais curto e mais fácil para ter tudo o que não se quer. Segundo dizem, “É como beber veneno e esperar que o outro morra”. Sofrer pelo ódio causado pelo sofrimento que alguém nos causou é sofrer de novo, perdoando, só se sofre uma vez.

Valorizar o amor é trabalhar o perdão!

É certo que ninguém busca o mal. Situações desconfortáveis são naturalmente descartadas, não por ódio ou por “não perdoar”, mas por simples auto preservação, que é inata ao ser vivo encarnado.

Quando o arrependimento vem do coração e não dos lábios, ele deve ser aceito.

Sem perdoar seríamos como a pedra que se revolta por ser lançada e agride o primeiro alvo que encontra. Os atos e suas conseqüências devem ser pesados, medidos, calculados e avaliados se realmente são úteis e necessários. Perdoar é como se dar de presente uma nova chance de sentir e permanecer bem consigo mesmo.

Dar a outra face não é um ato de covardia ou fraqueza, mas uma demonstração clara e digna de altruísmo, compaixão e força. Superar a dor e a humilhação é infinitamente mais difícil que revidar. A dor moral suplanta a física.

Ninguém precisa conviver com a dor ou com o sofrimento, para isso basta, com o coração, se perdoar e a quem te ofende.

Algumas pessoas realmente se arrependem, e serão aceitas em seu convívio como um irmão, outras serão perdoadas, mas até se arrependerem realmente, deverão ser evitadas, nunca humilhadas ou agredidas, mas por auto preservação, se necessário, deverão ser desviadas do nosso convívio.

Em minhas relações não preciso de quem me causa dor, em meu coração não preciso de sofrimento. Devo perdoar infinitas vezes, mas esperar o arrependimento real para então, traze-los, como irmãos, ao meu convívio, só assim paro de sofrer e deixo de sentir dor.

Minha dificuldade está em perceber e distanciar o falso do real arrependimento. Assim, devo aceitar os reais e os que simplesmente suspeito serem reais.

Alegro-me por minha falta de inimizades e pela benção do esquecimento da ultima ofensa que sofri.

06. Quem nos governa

06. Quem nos governa

Um novo dia chegou e mais uma vez o sol brilha forte no horizonte. O frio se revoltou com a terra, as chuvas nem pensam em existir, o calor reina e governa queimando com autoridade. O segundo sol ainda nem chegou, espero que nunca venha, o mal causado só por esse já é satisfatório.

Um povo, uma massa humana torra sob o degradante caos formado por nosso rei que governa. Ninguém faz nada! Ninguém diz nada! A massa é inerte e não vê utilidade em reclamar, todos sofrem calados. O calor causado pelo sol não ganha mídia, continua só na falsa previsão do tempo, que já nem prevê mais frio nem chuva, e quando o faz, mente.

É fato que pouca gente está morrendo, por enquanto. Mas todos sofrem! O sofrimento de todos tem maior ou menor importância que uma vida, ou uma morte?

O chuveiro quente perde sua utilidade, o ventilador sopra o calor de um lugar para outro, não resolve nem ajuda, e ar condicionado é um privilégio de poucos, que se fecham em seu mundo frio, quase que ilusório, e só enxerga pelo vidro o sofrimento alheio, degradante e triste. O boné ou o chapéu que deveria tapar o sol hoje esquenta a cabeça. Só nos resta ingerir água, muitas vezes quente, mesmo com gelo, quando ainda resta gelo.

O maior calor que já existiu nos impede de gastar água pela falta de chuvas.

Alguém, na verdade, tem que fazer alguma coisa. E eu também não sei o que fazer a não ser sofrer e mostrar meu sofrimento, na tentativa insana de que alguém se sensibilize e mude essa situação.

Só preciso que o sol se afaste um pouco e que o frio e muita chuva se aproximem de mim.

Agora me parece tão claro e tão mais fácil de entender assim: “o aquecimento global esquenta o mundo”.

05. O fim do ano mais feliz

05. O fim do ano mais feliz

O final do ano é mais fácil do que parece e mais difícil do que deveria. As idéias e prospecções para o novo ano, em minha opinião: “meio que em vão”, começam a aflorar e novamente todo mundo se lembra do que precisa melhorar para ser “um pouco mais feliz”.

Como a felicidade não existe, ser feliz fica ainda mais difícil, e precisa ser ainda mais estratégico.

Precisamos fazer o máximo para alcançar os momentos felizes, em todos os dias do ano e também do próximo, precisamos escolher o que nos faz feliz, e correr atrás com toda a força, depois de alcançar a felicidade, a tristeza começa a aparecer, aí então, deve-se começar tudo de novo no próximo dia, e no dia seguinte a mesma coisa.

Essa é a fórmula da felicidade, a do amor eu ainda não decifrei, essa é um pouco mais difícil.

Ser feliz é uma luta diária, uma guerra sem fim, e de muitas batalhas. É pensar em buscar o melhor hoje, garantindo que o amanha venha e que eu possa buscar amanhã também o melhor possível, e sempre assim, todos os dias.

Um ano é muito tempo para se buscar algo que acaba ainda antes que se pisquem os olhos. A felicidade é mais passageira do que parece, uma pessoa feliz é alguém que sempre busca algo que nunca vai ter.

04. Trevo da Sorte

04. Trevo da Sorte

Se há um valor para uma amizade, ele não deve ser calculado ou pensado como numero, mas como partes físicas do corpo humano do amigo. Como seria “comprar” um amigo de verdade? Os maiores amigos valeriam um braço ou uma perna, amigos melhores talvez dois deles. Pode-se dizer que muitas pessoas têm poucos amigos e poucas pessoas não têm nenhum.

Por um companheiro fiel se cortam as unhas ou os cabelos, dependendo, até todo o cabelo ou até todas as unhas, mas isso o tempo resolve. Quero ver é resolver sobre a compra de um amigo real. Quem aqui tem amigos? Lanço o desafio, seus braços valem mais ou menos que seu amigo? Dependendo da resposta te digo quem é seu amigo e por quem você tem amizade.

O fato é que amigos são uma raridade, e não é necessário que se instrua alguém de como tratar ou deixar de tratar o amigo, só por ser amigo o modo de tratamento é o modo de se tratar amigos, e o modo pelo qual seu amigo é seu amigo.

Uma simples virtude: ter o máximo de amigos possível.

Uma virtude divina: ser amigo do máximo de gente possível.

(Quando escrevi esse trecho só eu e Deus sabíamos o que eu queria dizer, hoje só Deus).

A verdade é que você deve ser mais valorizado do que valorizar, mas não deve deixar de valorizar.

Morra ou perca seus braços pelos poucos e bons, mas faça com que estes e mais muitos outros morram por você. Essa virtude deve ser sonhada, desejada e alcançada!

Hoje, além da família, só morro por um trevo da sorte, de quatro folhas verdes vazadas em letras.

03. O dia seguinte

03. O dia seguinte

É certo que o sol nasce para todos, mas nem todos podem entender a imensidão de sua luz, poucos são os que conseguem pensar o infinito dos céus. O fato de o mundo girar não molda o estado das coisas, tudo é o que é e nada muda até que a mudança ocorra. O tempo não deixa de passar e nem passa mais rápido para os felizes, nem o mundo corre ou diminui sua velocidade mais do que deve quando alguém se entristece.

Mudar é preciso e é real, assim como a evolução que é alheia às vontades das pessoas ou das coisas.

Diz-se que vontade é inerente ao ser humano, e que as coisas não querem ou deixam de querer. A verdade é que as coisas são determinadas, e a não ser que haja uma interferência física externa, elas farão ou deixarão de fazer o que foi ou não a elas designadas, só lhes falta a opinião, que é característica humana por ser a capacidade de expressar o que quer, sente, deseja ou pensa, e se convencer por interferências físicas e externas ou não.

Deixar de gostar, pensar ou querer algo é mais fácil do que começar a gostar, exceto em casos emotivos românticos ou loucos do coração, nestes não se desgosta, a não ser que se queira muito e que os motivos possam se relacionar.

Todos os dias nós nos enjoamos de algo, e esse algo é substituído, num dia frango é melhor que bife e no outro se prefere goiabada com queijo. Assim se vive, e é assim que se pode viver, até que o tempo resolva parar ou que o sol deixe de brilhar no infinito dos céus na manhã do dia seguinte. Então, enquanto isso só ocorre com alguns, vamos viver o dia de hoje e esperar o dia seguinte.

01. Só um pouco idiota

01. Só um pouco idiota

È mais fácil do que se imagina, escrever é como pensar, só que com os dedos. Nada que eu escrevo é “sem valor” e nada do que eu penso pode ser calculado.

Hoje mais cedo, eu estava parado, nessa mesma posição, pensando exatamente no que eu estou escrevendo, mas nada disso vinha à minha cabeça. Desde então, resolvi contar o que eu não estava conseguindo fazer, e graças a isso, agora consigo.

Pensando: Se eu já tivesse conseguido escrever desde hoje cedo, eu não teria escrito nada, porque tudo o que eu escrevi hoje foi simplesmente por que eu não consegui escrever mais cedo. Pensar por esse lado pode me deixar meio tonto.

Na verdade, mesmo não pensando no que eu escrevi, ainda assim eu fiquei meio tonto, e tonto estou até agora. Não deveria ter pensado em escrever o que poderia me deixar tonto.

Uma verdade é que eu não me entendo muito bem, tem horas que quero escrever e tem horas que quero ler, mas e se eu ler algo que eu queria escrever? E se alguém escrever antes de mim e eu ler uma coisa que eu mesmo queria escrever e só descobri depois de ter lido?

Pois então, não devo ler tanto e devo escrever mais, para que eu escreva primeiro do que a pessoa que escreveu o que eu li e pensei que eu deveria ter escrito o que ele escreveu.

Pensando bem, vou ler pouco e escrever mais. Porque, afinal, eu não gosto de não ler, e nem consigo só ler o que eu escrevo.

Já estou ficando tonto de novo, agora meio idiota também, porque eu já sabia que eu ia ficar tonto se eu pensasse nisso, e mesmo assim eu pensei, e ainda estou pensando...